quarta-feira, 25 de junho de 2008

Amanhã, na Alerj, lançamento de livro sobre Brizola (Hélio Fernandes - Tribuna da Imprensa)

Amanhã, na Alerj, lançamento de livro sobre Brizola
Lembro dele e de Lacerda

Amanhã, quinta-feira, às 4 da tarde, a Alerj, surpreendentemente, tem uma iniciativa produtiva, positiva e elucidativa. Lança livro que tem um título altamente original, sobre um dos personagens mais importantes do Rio e do Brasil nos últimos 50 anos.

O personagem, Leonel Brizola. Organizadora, Marieta de Moraes Ferreira. Título: "A força do povo, BRIZOLA, e o Rio de Janeiro". Lançamento às 4 da tarde na Alerj.

Justíssimo o registro e a homenagem, pois Brizola teve importância muito grande, já não mais no Distrito Federal, e sim no Estado da Guanabara. Em 1962, Brizola passou por aqui feito um furacão, se elegeu deputado federal com votação fantástica. De cada 10 eleitores, 4 votaram nele.

O governador era Carlos Lacerda, os dois, impensada e desastradamente inimigos, (mais do que adversários) não se encontraram nunca. Não perceberam que apesar das aparentes ou invisíveis divergências e diferenças, queriam a mesma coisa. Só que jamais puderam conversar e se entender.

Como fui grande amigo dos dois, posso dar um depoimento simples e sumário, mas decisivo para que se mostre como eram até solidários mas desconhecidos, os destinos de Brizola e Lacerda. Já escrevi uma vez e repito: "Gostaria de ver Lacerda ou Brizola na presidência da República". Mesmo que me decepcionassem, o País jamais seria o mesmo.

Citei Carlos Lacerda antes de Brizola, porque na história do Rio, Carlos Lacerda vem antes. E na minha história pessoal com os dois, a mesma coisa. Meus primeiros contatos com Lacerda começam em 1946 na Constituinte, e vão com ligeiras interrupções até 1968 no AI-5. O amaldiçoado texto que transformou um golpe de estado passageiro, numa ditadura permanente, cruel e autoritária. Só perdendo em tortura e selvageria para o Estado Novo "do ditador Getulio Vargas".

Presos juntos em 13 de dezembro de 1968, pude conhecer (e devergir) do desalento de Lacerda, e discutimos seriamente sobre sua decisão de abandonar a vida pública. O que aconteceu, apesar do meu protesto. Viajou a seguir, ficou na Europa até 1973, voltou, se enclausurou na Editora Nova Fronteira. E morreria inesperadamente em 1977, aos 63 anos de idade, quando já se viam, de longe, os sinais da ANISTIA, AMPLA, GERAL E IRRESTRITA.

Essa anistia que não beneficiou Lacerda, trouxe Brizola para o Brasil em 1979. E por decisão dele mesmo, veio à Tribuna e me disse: "Fiz questão que a minha primeira visita ao voltar ao Brasil, fosse a você e a este jornal que eu não sei como pôde resistir tanto e tão bravamente".

(Em Montevidéu, quando Lacerda levou o Manifesto da Frente Ampla para João Goulart assinar, o ex-presidente perguntou: "O Helio Fernandes não vinha com o senhor?" Lacerda confirmou, mas disse que eu tive problemas para sair do Brasil. Resposta de João Goulart: "Todo dia, para as centenas de exilados, a satisfação é a chegada da Tribuna da Imprensa".)

Eu e Brizola estávamos conversando pela primeira vez, não por divergência e sim por circunstância. Brizola fez toda a carreira no Rio Grande do Sul, secretário, prefeito de Porto Alegre, governador. Quando veio para o plano nacional, o País já estava na derrocada do que chamam de "nova capital", não pudemos nos encontrar.

Mas a partir daquele dia, ficamos imediatamente amigos de infância. Conversamos longamente, não na mesma direção das conversas com Lacerda, mas com o mesmo entusiasmo e amor pela LIBERTAÇÃO do Brasil. Por isso louvo o livro que será lançado amanhã, esperando a hora do livro sobre Lacerda.

PS - Brizola "encampou" as empresas multinacionais de energia que roubaram o Rio Grande por quase 100 anos.

PS 2 - Lacerda fez o mesmo com a Light (e associadas), que roubou (a mesma palavra) o Distrito Federal e a Guanabara, pelo mesmo tempo. O que mostra que estavam muito pertos, só não se encontraram.


Aldo Rebelo
Há meses vem dizendo: "Não serei candidato a vice". Há meses venho dizendo: "Será candidato a vice de Dona Marta". Quem estava certo?

Aldo Rebelo jamais foi candidato a prefeito de São Paulo. Venho dizendo há muito tempo: "Ele quer ser vice de Dona Marta, é a única possibilidade de ocupar cargo executivo". (Foi presidente da Câmara, pelo fato de Severino Cavalcanti ter sido derrubado por corrupção.) Escrevi matéria ampla sobre o assunto, pelo menos há 10 dias. Agora o deputado do PC do B, vem a público.
Afirmação de Aldo Rebelo, hoje o número 3 na escala de ex-stalinistas: "Desisti de ser candidato a prefeito, serei vice de Marta". "Menas" verdade, afinal conseguiu o que pretendia.

No dia 12 de junho, escrevi aqui, e vou transcrever: "Em 2010 São Paulo terá um governador ex-stalinista, Alberto Goldman. E pode ter um prefeito da capital, também ex-stalinista, Aldo Rebelo".
Como é que eu podia adivinhar? E ainda concluí, desta maneira: "O fato deles serem ex-stalinistas não me assusta. O problema é que não disputaram eleição, assumirão cheios de aspas". Goldman está garantido. Falta Dona Marta vencer.

É inacreditável como Sérgio Cabral exibe satisfação quando está ao lado do presidente Lula. Sempre às gargalhadas, parece que o presidente é um humorista. Mais compostura não apenas administrativa, repercutiria bem. E na verdade, Sérgio não ganhou nada.
Amicíssimo de Sérgio Cabral, revelei aqui, com 48 horas de antecedência, que Marco Aurelio Bezerra de Mello, seria nomeado desembargador no "quinto constitucional". Foi, não dava para errar.

Ontem tomou posse, a mulher de Sérgio Cabral representou o governador que estava com Lula. O desembargador começou muito mal, as nomeações, desastrosas e até perigosas.
O competente deputado federal Otavio Leite (ex-vice do Rio) quis saber informação sobre obras do PAC numa favela.

O ministério recusou informar, a Caixa também. Para saber, tem que entrar com mandado de segurança, um absurdo. Mas não desiste.
O governador José Serra deu "início à campanha de Alckmin para prefeito". Na segunda e terça andou pela cidade, "visitando obras". Com o candidato do seu partido? Não, com o adversário Kassab. Ha! Ha! Ha!

E a Lei Eleitoral permite isso? Acabaram com a "infidelidade" partidária. E esse comportamento do governador, como é que se identifica?
O DEM será o último partido a fazer convenção no Rio. Só tem uma candidata, Solange Amaral, distante do segundo turno.

Rodrigo Maia vai dizer na convenção, "que impugnará a candidatura de Eduardo Paes". Segundo todos que examinam a questão, i-n-e-l-e-g-í-v-e-l.
O presidente está cada vez mais sorridente, satisfeito, feliz com ele mesmo. Vem até à inauguração da Bayer, uma das maiores exploradoras do Brasil. Pertenceu ao grupo Associado, com Chateaubriand ainda vivo. Era dirigida(?) por Leão Gondim de Oliveira.

Registrou um slogan realmente muito bom e popular, "se é Bayer é bom". Mas não tinha nada a ver com a realidade.
Enriqueceu explorando o povo e o País. E mais grave: o povão é que comprava seus produtos. Pela idade, Lula não sabe disso, devia se informar.

A propósito: aumentam violentamente as remessas de lucros das multinacionais-privatizadas-globalizadas. Enviam cada vez mais lucros, que são obtidos (e remetidos) quase sem taxação.
Nos EUA, qualquer remessa de lucros, deixa nos cofres do País, pelo menos 35 por cento. Na Bovespa (grande equívoco nacional) ganham FORTUNAS, sem pagar coisa alguma. Que República.

O senhor Benjamin Steinbruch e sua CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) são, pessoal e empresarialmente, os mais processados do Brasil. Têm DEZENAS DE MILHARES DE AÇÕES na Justiça, sempre condenados. (Mais de 9 mil ações.)
Por causa das denúncias feitas aqui, me processou, surpreendentemente o juiz deu ganho de causa a ele, bloqueou minha conta passando imediatamente o saldo para ele. Agora, condenado várias vezes foi chamado pela juíza Daniela Brandão Ferreira e pelo desembargador-relator Marcus Faver, de "LITIGANTE DE MÁ FÉ".

Com 200 páginas de documentos irrefutáveis e irrevogáveis, vou fazer a autópsia ética, moral, financeira e administrativa desse homem sem escrúpulos, e sem caráter, que a partir de um banquinho falido, se transformou numa potência financeira das mais arrogantes.
Meu único problema é espaço. É tanta bandalheira, PROVADA, que preciso saber como levo ao conhecimento do cidadão-contribuinte-eleitor, TODOS OS ILÍCITOS praticados diariamente por esse personagem. Vou desmascarar esse "Barão" até a Justiça.
XXX

Manchete exagerada e incorreta de "O Globo": "País já prende por lei seca e Rio ainda nem fiscaliza". Na verdade o que existe é uma "repressãozinha" sem a menor importância. A "lei seca" a que se refere o jornal, aconteceu nos EUA de 1919 a 1933. Foram 14 anos de subversão, corrupção e total gangsterismo.

Mas veio provar que o Poder tem forma de acabar com o que no Brasil se chama de "crime organizado". O banditismo dominou o País, bebia-se vertiginosamente, os gangsteres (Al Capone, o chefe) enriqueciam sem controle.

Franklin Delano Roosevelt assumiu a presidência em 5 de março de 1933, (era a data da posse, mudou várias vezes, agora é fixa em 20 de janeiro) mandou ao Congresso emenda constitucional, (acho que de número 20), acabou a "lei seca", todos podiam beber onde e quando quisessem, os bandidos morreram na cadeia, o país voltou à mais completa tranqüilidade. Mas houve fiscalização completa no trânsito.

No segundo mandato de Roosevelt, sua mulher Eleonora Roosevelt, ia de Georgetown, (onde trabalhava) para a Casa Branca (onde morava). Na Avenida Pensilvânia, adormeceu na direção. Era a mulher do presidente, ficou sem carteira por 1 ano, teve que fazer novo exame. Imaginem se tivesse bebido?