sábado, 13 de setembro de 2008
Para Lula, momento brasileiro lembra "anos dourados de JK"
BRASÍLIA - Com as pesquisas de opinião apontando uma taxa de popularidade alta como nunca, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um evento modesto - a abertura de uma exposição no Memorial Juscelino Kubitschek, em comemoração aos 106 anos de nascimento do ex-presidente - para proclamar que o Brasil vive hoje um momento semelhante aos "anos dourados" da era JK.
Lula tomou o cuidado de não comparar-se pessoalmente com o fundador de Brasília. Mas o discurso, ouvido por um auditório ocupado apenas pela metade, foi pontuado por paralelos: a origem humilde, o desejo de fazer do Estado o planejador do desenvolvimento e até o fato de Juscelino ter sido "achincalhado" sem nunca levantar a voz.
Os anos JK foram marcados por um grande otimismo em relação ao futuro e por decisões ousadas que transformaram o País, como a opção por uma economia industrializada, a começar pela instalação das montadoras. Lula acredita ter retomado essa trilha, depois de um período em que o planejamento foi abandonado no País.
Um exemplo é o que aconteceu com a indústria naval, cujo desenvolvimento estava previsto no item 28 do Plano de Metas de JK. Nos anos 70, disse Lula, a indústria de embarcações no Brasil empregava 40.000 pessoas e era a segunda maior do mundo, perdendo só para o Japão. Em 2003, os estaleiros estavam à beira da falência, com um total de 1.400 empregados.
Naquele ano, disse Lula, foi tomada a "decisão soberana" de revitalizar a indústria naval. A primeira providência foi nacionalizar a construção da plataforma P-52. Seguiram-se outras encomendas. Hoje, os estaleiros empregam novamente 40.000 pessoas e estão prestes a passar por um novo impulso, pois a exploração do pré-sal demandará mais de 200 novos navios, além de sondas e plataformas.
Lula deu uma alfinetada na gestão de Fernando Henrique Cardoso, marcada pelas privatizações e pelas crises financeiras. Ao comentar que o pré-sal surgiu num momento em que o processo de crescimento já estava em curso, ele acrescentou: "tivesse emergido em outros tempos, talvez esse patrimônio fosse alienado na voragem das liquidações impostas pelo estrangulamento interno."
Os números que mostram o vigor da economia - como a expansão de 18% na indústria de máquinas e os investimentos evoluindo a um ritmo três vezes superior ao crescimento do Produto Interno Bruto - colocam o Brasil em um momento tão confiante quanto no período de Juscelino, avaliou Lula. "Trata-se de um Brasil à moda de JK. Um país que retomou a auto-estima de sua juventude, hoje uma das mais otimistas do mundo." A exposição "Um Certo Navio Brasileiro", inaugurada com a presença de Lula, mostra painéis da plataforma P-34.
Comprada nos anos 50 para extrair petróleo, a embarcação havia recebido o nome de Presidente Juscelino Kubitschek. Durante a ditadura militar, foi rebatizada como Presidente Prudente de Moraes. Recentemente, a plataforma voltou a ter seu nome original. Foi a bordo dela que Lula deu início à exploração do petróleo do pré-sal, na semana passada, na costa do Espírito Santo.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Presidente elogia ousadia do ex-presidente Juscelino Kubitschek
Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou hoje (12) durante o discurso em comemoração dos 106 anos do nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek, a ousadia e a nova forma de gestão política imposta pelo ex-presidente.
"Foi JK [Juscelino Kubitschek] quem conscientizou o país de que o desenvolvimento nacional é uma prerrogativa nacional intransferível de um povo, e sobretudo que com ousadia e planejamento é possível fazer do amanhã algo muito além de uma simples repetição do presente", afirmou o presidente.
O presidente Lula disse que foi o ex-presidente quem começou a desenvolver a indústria brasileira, trazendo fábricas de automóveis e refinarias de petróleo para o país.
O presidente lembrou que no fim da década de 50 fabricar carros no Brasil era uma ousadia reprovada pelos defensores da vocação agrícola nacional, que eram importados 90% do petróleo consumido, que praticamente não havia mão-de-obra qualificada e que o setor de crédito engatinhava.
"Hoje somos auto-suficientes em petróleo, 13.500 veículos saem das linhas de montagem por dia, mais de 300 mil brasileiros trabalham nas montadoras e no setor de autopeças. Do chão da fábrica também saiu um presidente da República, em mais uma evidência da semeadura generosa promovida pelo desassombro de JK", afirmou.
Lula destacou que uma das metas do Plano de Metas de JK dizia respeito ao aumento do frota naval. "A meta número 11 do Plano de Metas de Juscelino era a renovação da Marinha Mercante brasileira. A meta número 28, previa a implantação de uma indústria naval condizente com a nossa riqueza costeira e oceânica", lembrou.
O presidente também lembrou que na década de 70 o Brasil tinha a segunda maior indústria naval do mundo e só perdia para o Japão. Os estaleiros brasileiros empregavam quase 40 mil pessoas. Em 2003, disse Lula, essa indústria tinha 1.600 trabalhadores e agora conta novamente com 40 mil trabalhadores.
"Com a descoberta do petróleo [na camada pré-sal], nós certamente iremos ter mais do que os 40 mil trabalhadores que temos hoje, porque só de navios contratados pela Petrobras são 200, sondas serão inicialmente 38 e plataformas dezenas. Certamente Juscelino está sorrindo pelo que está acontecendo aqui", afirmou.
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou hoje (12) durante o discurso em comemoração dos 106 anos do nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek, a ousadia e a nova forma de gestão política imposta pelo ex-presidente.
"Foi JK [Juscelino Kubitschek] quem conscientizou o país de que o desenvolvimento nacional é uma prerrogativa nacional intransferível de um povo, e sobretudo que com ousadia e planejamento é possível fazer do amanhã algo muito além de uma simples repetição do presente", afirmou o presidente.
O presidente Lula disse que foi o ex-presidente quem começou a desenvolver a indústria brasileira, trazendo fábricas de automóveis e refinarias de petróleo para o país.
O presidente lembrou que no fim da década de 50 fabricar carros no Brasil era uma ousadia reprovada pelos defensores da vocação agrícola nacional, que eram importados 90% do petróleo consumido, que praticamente não havia mão-de-obra qualificada e que o setor de crédito engatinhava.
"Hoje somos auto-suficientes em petróleo, 13.500 veículos saem das linhas de montagem por dia, mais de 300 mil brasileiros trabalham nas montadoras e no setor de autopeças. Do chão da fábrica também saiu um presidente da República, em mais uma evidência da semeadura generosa promovida pelo desassombro de JK", afirmou.
Lula destacou que uma das metas do Plano de Metas de JK dizia respeito ao aumento do frota naval. "A meta número 11 do Plano de Metas de Juscelino era a renovação da Marinha Mercante brasileira. A meta número 28, previa a implantação de uma indústria naval condizente com a nossa riqueza costeira e oceânica", lembrou.
O presidente também lembrou que na década de 70 o Brasil tinha a segunda maior indústria naval do mundo e só perdia para o Japão. Os estaleiros brasileiros empregavam quase 40 mil pessoas. Em 2003, disse Lula, essa indústria tinha 1.600 trabalhadores e agora conta novamente com 40 mil trabalhadores.
"Com a descoberta do petróleo [na camada pré-sal], nós certamente iremos ter mais do que os 40 mil trabalhadores que temos hoje, porque só de navios contratados pela Petrobras são 200, sondas serão inicialmente 38 e plataformas dezenas. Certamente Juscelino está sorrindo pelo que está acontecendo aqui", afirmou.
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