domingo, 1 de dezembro de 2013

Dario Pignotti: Jango, JFK e Globo

Por Dario Pignotti

São Borja e Brasília - Para ler o jornal O Globo em São Borja “geralmente temos que esperar até o meio-dia quando ele vem pelos ônibus que chegam de Porto Alegre”, diz um taxista que me leva até o centro da cidade, na praça 15 de Novembro, em frente à Igreja Matriz, onde o presidente João Goulart foi velado com o caixão aberto em dezembro de 1976. Naquela noite os saoborjenses desafiaram a ditadura lotando a igreja para dar um adeus (não sabiam que era só o primeiro) ao seu líder, apesar de as autoridades do III Exército terem ordenado que ele fosse enterrado imediatamente após chegar da Argentina, onde faleceu no dia 6 de dezembro de causas até hoje não esclarecidas.

“Eu me lembro do velório de Jango, quando o povo quis ir se despedir do presidente. Ele era muito querido aqui, havia uma multidão de gente na Igreja”, recorda outro taxista, coincidentemente apelidado de Jango, que veste uma camiseta colorada do Internacional enquanto me conduz até o Cemitério Jardim da Paz onde os restos do ex-mandatário foram exumados na madrugada de 14 de novembro para, horas mais tarde, serem recebidos pela presidenta Dilma em Brasília com honras de Estado.

Na cidade de São Borja a memória da ditadura continua tão viva que impregna a vida cotidiana: as suspeitas sobre o envenenamento de Jango são compartilhadas pelo ancião com bombachas e chapéu de gaúcho parado em frente ao cemitério e pelos estudantes de Ciências Políticas da Universidade Federal participantes da audiência pública onde se exigiu do governo federal que seus restos sejam devolvidos logo depois dos estudos que se realizam em Brasília.

O país visto desde São Borja, onde Goulart é uma espécie de Camelot mitológico, é diferente do narrado no jornal O Globo e outros veículos de propriedade dos herdeiros de Roberto Marinho.

A exumação do presidente morto no exílio quando estava na mira do Plano Condor, responsável pelos assassinatos (alguns por envenenamento) de vários líderes da região, possivelmente seja o acontecimento mais consistente ocorrido no Brasil no caminha na direção do resgate da memória e da verdade sobre o que ocorreu sob a ditadura, a menos investigada da América Latina.

Fatos similares, como a exumação sob a supervisão de especialistas internacionais (como ocorreu com Goulart) do ex-presidente Salvador Allende e, posteriormente, do prêmio Nobel Pablo Neruda, no Chile, absorveram a atenção pública e o interesse da imprensa por semanas. Aqui não foi assim.

Dois acontecimentos de densidade histórica, como a exumação dos restos de Jango e sua recepção em Brasília por Dilma, Lula e outros ex-presidentes, foram relegados à terça parte inferior da capa do jornal O Globo, no dia 15 de novembro. A parte superior foi dedicada à notícia da possibilidade de que o ministro Joaquim Barbosa ordenasse a detenção dos condenados pelo mensalão. A Folha de S.Paulo adotou uma perspectiva similar. Para a empresa de Frias Filho, o fato de maior destaque foi o engarrafamento de 309 quilômetros ocorrido em São Paulo, publicado como manchete com uma generosa foto, muito acima do retorno de Goulart a Brasília, 37 anos depois de sua morte e 49 do golpe de Estado que o destituiu para estabelecer uma “ditabranda”.

Nada se fará até 2029

Os crimes de Estado, de Júlio César até John Fitzgerald Kennedy, foram perpetrados por uma teia de interesses nunca revelados por completo, disse o procurador norte-americano Jim Garrison em sua intervenção perante uma corte de Nova Orleans em 1969, quando apresentou vasta informação sobre a participação de agentes da CIA combinados com mafiosos anticastristas no assassinato do presidente dos EUA, no dia 22 de novembro de 1963. A grande imprensa, denunciou Garrison em sua batalha solitária, foi cúmplice do encobrimento excitando o público com mentiras sonoras, campanhas patrióticas e outras artimanhas de desinformação, para desviar a atenção da verdadeira trama escondida debaixo dos disparos que destroçaram o crânio do presidente a bordo do Lincoln preto na sulista e racista Dallas.

A autópsia de Kennedy foi manipulada por peritos militares, testemunhas incômodas e cúmplices suspeitos da conspiração morreram em circunstâncias estranhas. Uma comissão tutelada pela Casa Branca concluiu que o magnicídio havia sido urdido e executado por um mitômano Lee Oswald, caracterizado como um sujeito antissocial e pervertido pelo ideário comunista da União Soviética. Uma tese tão discutível como a que assegura que foram naturais as causas da morte de João Goulart e ridiculariza a suspeita de um plano para envenená-lo, como denunciou o ex-agente dos serviços uruguaios Mario Neira Barreiro, preso na penitenciária de Charqueadas, no Rio Grande do Sul.

Questiona-se, e é correto fazê-lo, a credibilidade de alguém como Neira Barreiro que foi parte da organização terrorista Condor e confessa ter participado na morte de Goulart e no plano para eliminá-lo.

Os anais dos crimes políticos estão repletos de personagens como Neira Barreiro, cujas confissões (se verdadeiras) são chave para descerrar o véu da mentira. Um exemplo é o colaborador da CIA, David Ferrie, membro da organização que teria matado Kennedy, que, ao ver-se cercado por seus companheiros, aceitou colaborar com o promotor Garrison. Antes de depor perante o júri, o anticastrista e anti-Kennedy Ferrie apareceu morto em seu apartamento. Derrotado na corte e ridicularizado pela indústria midiática, Garrison se limitou a dizer que essa derrota jurídica era o primeiro passo para uma vitória política que chegaria em 2029, quando serão liberados os arquivos da Casa Branca.

O glamour do golpista

Em São Borja já se fala do segundo enterro de Jango previsto para 6 de dezembro (37 anos depois do primeiro) quando seus restos retornaram ao jazigo familiar do Cemitério Jardim da Paz depois de terem sido analisados no Instituto de Criminalística de Brasília e suas mostras enviadas a laboratórios estrangeiros onde se procurará, se ainda for possível, determinar a causa de sua morte.

Em uma audiência pública realizada no centro de tradições gaúchas, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e seu colega da Justiça, José Eduardo Cardozo, firmaram, ante a comunidade de São Borja, uma ata de compromisso que garante o retorno do corpo de Jango a sua terra. Surpreende o contraste entre a memória ainda viva do povo de São Borja e a imprensa que ainda domina, com menos hegemonia que outrora, as estruturas de formação da opinião de massas.

Aguardei sem sucesso durante dois finais de semana a publicação de grandes suplementos históricos sobre a saga de Goulart, de volta à vida política 36 anos depois do enterro. Supus que seriam editados extensos cadernos com reportagens investigativas e ensaios sobre o líder democrático das reformas de base deposto, de modo similar ao que ocorreu na imprensa do Chile em setembro deste ano por ocasião dos 40 anos do golpe e da morte de Salvador Allende, ou na imprensa dos EUA, nos 50 anos do assassinato de Dallas.

Nada ou quase nada foi publicado nos grandes jornais do eixo Rio-São Paulo, no formato de caderno especial, sobre João Goulart reposto em sua condição de presidente em Brasília. Por outro lado foram editadas páginas especiais dedicadas a John Fitzgerald Kennedy.

O ápice do despropósito editorial, além de condenar Goulart à morte noticiosa, foi ter tratado o mandatário norte-americano como um personagem fascinante ou, para citar O Globo de 22 de novembro, “Presidente Celebridade”. Em rigor, para os brasileiros, Kennedy foi algo muito distinto ao galante democrata de acordo com o olhar do diário da família Marinho, provincianamente fascinado com o mito de Camelot.

Longe dessa leitura forjada pela Globo, a realidade histórica brasileira, materializada no golpe de 1964, ensina que JFK, na verdade, foi um anticomunista primário, um conspirador que avaliou desde o Salão Oval da Casa Branca, durante um encontro com o embaixador Lincoln Gordon, a progressão da desestabilização contra Jango, como ficou refletido no notável documentário “O Dia que durou 21 anos”.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

terça-feira, 19 de novembro de 2013


 "JK estava na lista da Operação Condor", diz biógrafo do ex-presidente
 
Do UOL, em São Paulo               
 
O escritor e historiador Ronaldo Costa Couto, autor da biografia "O Essencial de JK", defendeu a tese de que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi assassinado pela ditadura militar e reconheceu que houve corrupção na construção de Brasília durante sabatina no programa "Roda Viva" desta segunda-feira (18), na TV Cultura.

Biógrafo de JK é entrevistado do Roda Viva - 4 vídeos [LINK]
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/11/19/jk-estava-na-lista-da-operacao-condor-diz-biografo.htm [/LINK]


"Não havia transparência, era ditadura militar. Muita coisa foi ocultada, da própria imprensa (...) JK era um mito, uma pedra no sapato da ditadura", disse o historiador. Ele explica que, em seu livro, há relatos de testemunhas que presenciaram um encontro de Kubitschek com representantes do governo de Ernesto Geisel. "Juscelino estava na lista da Operação Condor para ser eliminado", aponta Couto em referência à aliança da agência norte-americana CIA com países da América do Sul para deter um suposto avanço de regimes comunistas.

Houve corrupção para construir Brasília

Questionado sobre os equívocos do governo de JK, principalmente na área econômica e da reforma agrária, Costa Couto não tergiversou e reconheceu que todos são abordados em sua obra, inclusive a corrupção na construção da capital do país, Brasília.
"Claro que houve corrupção para construir Brasília. Não havia outro jeito de se fazer naquela época", reconhece. "Mas não sei se a roubalheira atingia os níveis de hoje", completa, ponderando sobre a leve referência feita com o escândalo do mensalão, feita pelos sabatinadores.
Costa Couto lembrou da habilidade que Kubitschek tinha de costurar alianças e da máxima da época de que, para ser inimigo do então presidente, era necessário ficar a "seis léguas de distância". O problema com o câncer e o uso de hormônio para aumentar a virilidade para dar conta de uma amante 40 anos mais nova, também foi questionado. "Ele era médico urologista e, mesmo assim, abusou dos hormônios. Ele fez inflação, foi acusado de corrupção, colecionou erros, casos extra-conjugais (...) mas ele mudou o Brasil", ponderou.

Biografias autorizadas

A polêmica que polarizou o grupo de artistas, encabeçados por Caetano Veloso e Roberto Carlos e denominado Procure Saber, com os biógrafos e escritores veio naturalmente à pauta do programa "Roda Viva". Ronaldo Costa Couto rechaçou a ideia de ter de pedir autorização a Juscelino Kubitschek, se fosse vivo, para escrever sua biografia. "Se tivesse de pedir, não faria a biografia. Eu acho que ele aprovaria, pois ali está o JK real", revelou.
Para ele, o esforço válido da Comissão da Verdade deve ajudar pouco para elucidar o contraditório que cerca a morte do ex-presidente. A exumação feita no motorista Geraldo Ribeiro em 1996 apontou a existência de um objeto de metal no crânio. "Mas este objeto desapareceu, como isso pode acontecer?", indaga.
Entre as teorias mais plausíveis acerca da morte de Juscelino, Costa Couto acredita em uma sabotagem durante uma parada feita por Ribeiro e o ex-presidente na Rodovia Dutra. "O carro parou no Hotel Vila Forte, cinco quilômetros antes do local do acidente. Ali, o carro poderia ter sido sabotado. Além disso, há quem diga que um atirador teria acertado a cabeça do motorista", finaliza.

Biógrafo de JK é entrevistado do Roda Viva - 4 vídeos

sábado, 16 de novembro de 2013

Restos mortais de Jango são recebidos em Brasília com honras militares


14/11/2013 - 13h00
Da Agência Brasil
Brasília - Os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart foram recebidos hoje (14) com honras militares, pela presidenta Dilma Rousseff. O corpo de Jango, como era conhecido, foi exumado ontem, em São Borja (RS), e será submetido à perícia da Polícia Federal, na capital. A exumação faz parte de uma investigação para esclarecer se a causa da morte de João Goulart foi mesmo um ataque cardíaco, conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar.
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor também acompanharam a cerimônia. Fernando Henrique Cardoso, que se recupera de uma diverticulite, não pôde participar da homenagem.
A presidenta Dilma Rousseff disse, em sua conta no Twitter, que a solenidade de honra ao ex-presidente João Goulart “é uma afirmação da democracia” no Brasil, que se consolida com este gesto histórico. “Hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas por exames periciais. Junto comigo estarão ex-presidentes da República, o presidente do Senado e políticos de todas as vertentes. Este é um gesto do Estado brasileiro para homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória”.
Deposto pelo regime militar (1964-1985), Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. O objetivo da exumação é descobrir se ele foi assassinado. Por imposição do regime militar brasileiro, Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por uma autópsia. Desde então, existe a suspeita de que a morte de Jango tenha sido articulada pelas ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai.
Após os exames, que serão feitos em Brasília e em laboratórios internacionais, os despojos voltarão para São Borja em 6 de dezembro, data de morte do ex-presidente. A perícia é coordenada pelo Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal e ocorrerá em duas etapas.
A primeira etapa é a análise antropológica, que detalhará informações sobre substâncias venenosas que eram usadas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e podem ter causado o envenenamento do ex-presidente. Nesse momento, serão reunidos dados médicos e pessoais do ex-presidente. Além disso, será feita a análise do DNA. A segunda etapa da perícia será o exame toxicológico dos restos mortais de Goulart para confirmar se houve envenenamento.
Edição: Marcos Chagas
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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Comissão da Verdade analisa inquérito sobre morte de JK


OAB crê que ex-presidente não tenha sido vítima de acidente automobilístico, mas sim assassinado


22 de outubro de 2012 | 19h 09
 
Marcelo Portela, de O Estado de S. Paulo
BELO HORIZONTE - A Comissão Nacional da Verdade começou a analisar o inquérito e o processo sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em agosto de 1976. O documento foi encaminhado ao grupo encarregado de investigar crimes ocorridos durante o regime militar pela Comissão da Verdade da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), que pede uma nova apuração do caso.
Segundo a advogada Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade, a documentação sobre a morte do ex-presidente já foi analisada por um assessor do grupo e pelo ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, que também integra a comissão, mas ainda não há uma "interpretação conclusiva" a respeito do caso. "Já fizemos uma primeira leitura, mas é uma questão tão séria que vai ter que ser submetida a um conjunto de comissários, não apenas a um", observou Rosa.
Como o Estado revelou em maio, a OAB-MG contesta a versão de que JK foi vítima de um acidente automobilístico e aponta diversos "furos" por parte dos responsáveis pelas investigações oficiais nas 2.629 páginas divididas em quatro volumes que compõem o processo de apuração da morte. Para os integrantes da Comissão da Verdade da entidade mineira, o ex-presidente foi assassinado, opinião partilhada pelo secretário particular e amigo de JK, Serafim Jardim.
Nesta terça-feira, 23, Rosa Cardoso, além de Maria Rita Kehl e José Carlos Dias, também integrantes da comissão, se reúnem com representantes da OAB-MG em Belo Horizonte. Nesta segunda, o trio participou de audiência na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para ouvir relatos de três vítimas da ditadura militar: o professor Apolo Heringer, ex-dirigente do Comando de Libertação Nacional (Colina), preso, torturado e exilado; a socióloga Magda Neves, expulsa do mestrado em Ciência Política da UFMG pelo regime; e Mariluce Moura, viúva de Gildo Macedo Lacerda, morto sob tortura em 1973.
Araguaia. Ao chegar para a audiência, Maria Rita Kehl, responsável da comissão pela investigação de violações de direitos de indígenas e camponeses, revelou que o grupo encontra dificuldades de investigar um dos mais notórios episódios do regime militar, a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no sul do Pará do fim da década de 1960 até meados da década de 1970.
Recém-chegada da região, onde acompanhou as atividades dos Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA) e do Grupo de Trabalho do Tocantins (GTT), Maria Rita informou que familiares de guerrilheiros que desapareceram na região têm se recusado a fornecer material para comparação genética com restos mortais encontrados na área. Até o momento, só foram identificadas as ossadas dos guerrilheiros Bergson Gurjão Farias e Maria Lúcia Petit. "Tem alguns casos que já têm ossos para comparação de DNA. (Mas) nem todas as famílias querem oferecer o DNA, para não sofrer. Fica mais difícil ainda, porque tem uma ossada, tem a possibilidade (de identificação) e a família não quer fazer o exame", disse, sem entrar em detalhes.

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terça-feira, 18 de junho de 2013

João Vicente Goulart : “Estamos contando para as novas gerações”

Uma aula de história foi dada por quem viveu de perto o golpe militar e sofreu na própria família os reflexos da ditadura no Brasil. João Vicente Goulart tinha apenas sete anos quando acabou exilado ao ser deposto o pai, o ex-presidente João Belchior Marques Goulart, popularmente, Jango. Um pouco das entrelinhas que os ditadores não contaram foi apresentado por ele na abertura da exposição "Ditadura no Brasil 1964-1985" em Içara (SC) no início deste mês.

"A Comissão da verdade nada mais é do que a restauração da verdade. Não conseguimos sequer punir. Estamos contando para as novas gerações", aponta como interessado nas investigações. "Meu pai já dizia que o exílio é uma invenção do demônio, pois mata as pessoas enquanto se está vivo. O Jango era um brasileiro, presidente eleito, constitucional, derrubado por um golpe de estado e morava do outro lado da fronteira. Muitas pessoas que estavam no Uruguai o viam de longe, mas não se aproximavam com medo de serem presos na fronteira. Ou seja, de uma hora para outra você se transforma em um zumbi", relembra.

Apesar dos crimes não serem mais passíveis de punição no Brasil, há peças neste quebra-cabeças que poderão ser utilizadas em processos, por exemplo, na Argentina. Um dos pontos a serem esclarecidos é a própria morte de Jango. A exumação do corpo vai apontar se a causa foi natural ou se ocorreu envenenamento. Para isso participarão peritos da Polícia Federal do Brasil e de outros países já que a Operação Condor investigava o ex-presidente através de agentes também na Argentina e Uruguai.

Na avaliação de João Vicente, a inexistência de penas para os torturadores daquela época gera ainda consequentes reflexos no país. "A tortura continua. Não é só a perseguição dos políticos. Não foram punidos aqueles que torturaram e a polícia assimilou este tipo de trabalho, que é a discriminação do favelado", aponta. Além da caça dos militares, ele também exalta a perseguição da mídia. Em quase um ano, mais de 230 filmetes foram produzidos contra o governo de Jango.

“Usaram o poder da imprensa para derrubar a Constituição. Uma coisa é a liberdade. Outra é a libertinagem. Acho que não é preciso fazer regulamentação da lei. Mas temos que apressar a responsabilidade de quem mente”, sublinha. “Particularmente sou contra qualquer tipo de controle da mídia”, também garante. Ele ainda defende o Jornalismo como ferramenta para denunciar as irregularidades principalmente pela Internet. “No Regime Militar também existia corrupção, mas nunca aparecia”, coloca.

PRAÇAS E LOGRADOUROS - Em coletiva de imprensa na Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes, João Vicente se manifestou também sobre o processo de mudança em locais públicos cujas nomenclaturas fazem referências a ditadores. Em Içara, a discussão ocorre quanto a Praça Castelo Branco. A proposta para ser homenageado então João Goulart foi acelerada pela visita do filho de Jango. "A homenagem em ruas, logradouros e praças deve ser de origem popular. Acho que cada mudança dessas deveria ocorrer um pequeno plebiscito para saber se isto é a vontade da população. O que penso é na importância da comunidade saber quem é Castelo Branco e quem é João Goulart", pontua

domingo, 19 de maio de 2013

Denise Goulart fala sobre seu pai, o presidente Jango


Denise Goulart, filha de Jango, em entrevista à revista Brasília em Dia, conta detalhes que envolveram episódios marcantes da vida de seu pai João Goulart.
Ainda sem data marcada, a exumação dos restos mortais do ex-presidente no cemitério de São Borja, pedida pela família, durante audiência da Comissão Nacional da Verdade em Porto Alegre, pode esclarecer a suspeita que Jango tenha morrido por envenamento.  Leia abaixo a entrevista na íntegra.

Será agora ou não?


Desde 2005, Denize Goulart, filha de João Goulart se empenhou em resgatar a memória de seu pai, que começou como um bem-sucedido fazendeiro, que multiplicou a herança recebida e que acabou reduzido pela política, após longas conversas com Getúlio Vargas. Depois de seu autoexílio na Fazenda Itu, renunciou à Presidência da República, em 1945, saindo do cenário político com a eleição de marechal Eurico Gaspar Dutra.
João Goulart já era um homem rico e não precisava fazer da carreira política um trampolim para a sua ascensão social e econômica.
Aos 17 anos, foi deputado estadual, depois federal, secretário estadual, ministro e duas vezes vice-presidente da República – de Juscelino e de Jango.
Demorou muito tempo para exumar sua morte, por iniciativa da secretária de Direitos Humanos do governo federal, Maria do Rosário, que receberia uma representação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
João Vicente Goulart, filho dele, afirmou: “Para a família é um terrível martírio. Convivemos esses anos todos sem saber exatamente o que aconteceu”.
Certamente agora tudo será entendido.

- Afinal, como foi o comício da Central do Brasil que levou o presidente João Goulart para o exílio?
- Vamos por partes porque o comício da Central do Brasil no Rio de Janeiro aconteceu, por coincidência, em uma sexta-feira 13. Mobilizou 120 mil pessoas, que se espalharam pela Avenida Presidente Vargas, com cartazes que acusavam os “gorilas” e pediam reformas. Seis dias depois eles reagiram em São Paulo com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade que levou 500 mil pessoas para as ruas com terços na mão, fitas de Filhas de Maria e cruzes na lapela. Sabiam que haviam milhares de militares infiltrados.

- Surgiu também o cabo Anselmo...
- Isso foi no dia 26 de março, quando a Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil, sob a licença do cabo Anselmo, convocou uma assembleia-geral na sede da Petrobras, cujo único objetivo era o de dar um pretexto para que o almirante Aragão fizesse um discurso incendiário. A consequência disso foi a prisão de 35 líderes da assembleia, determinada pelo ministro da Marinha, Sylvio Motta. O almirante Aragão recusou-se a prendê-los, aumentando a crise a partir da revolta dos marinheiros.

- A partir daí surgiu o pronunciamento de João Goulart no Automóvel Clube?
- Seria o último pronunciamento do meu pai como presidente, transmitido pelas emissoras de rádio e televisão. Ele antecipava o que viria e ressaltava que os mesmos golpistas que levaram o presidente Getúlio Vargas ao suicídio, buscavam derrubá-lo. Não deu outra: no dia seguinte começou o golpe.

- O presidente ainda tentou organizar uma resistência?
- Lá no Palácio das Laranjeiras, meu pai saiu e se reuniu com os generais da sua confiança, ao mesmo tempo em que dava instruções para o ministro da Justiça, Abelardo Jurema, para que ocupasse a Rádio Nacional e formasse outra vez a Rede da Legalidade, como o Brizola fizera três anos antes. Mas os golpes estavam ocupando cada vez mais espaço, restando como última esperança uma reação do Rio Grande do Sul. No primeiro dia de abril ele constatou que não havia nada mais a fazer.

- Qual foi a sua decisão imediata?
- Embarcou para Brasília e foi direto para a Granja do Torto para nos pegar. Assim iniciou o caminho percorrido até o exílio.

- O que mais marcou a senhora naquele dia?
- Eu tinha seis anos e me recordo muito bem que entramos no avião e ficamos aguardando a decolagem por mais de duas horas. Estranhamente, as turbinas não funcionavam. Tivemos que trocar de avião e assim que chegamos a Montevidéu ele falou: “Não quero que se derrame por mim uma só gota de sangue”. 

- Por que ele optou pelo Uruguai?
- Ele gostava muito do Uruguai, pois se sentia bem por lá, mas a saudade era grande e muitas vezes o deixava nostálgico.

- Ouviu queixas?
- Minha mãe falou que ele ficou muito triste porque as autoridades do seu país lhe negaram um passaporte brasileiro quando resolveu procurar tratamento para o coração, que começou a baquear. Iria a Paris e depois para Londres, onde eu e João Vicente morávamos. Descobriu-se depois que o objetivo da Operação Condor era matar um de nós dois. O Alfredo Stroessner foi quem lhe deu um passaporte paraguaio para embarcar. Fez a viagem, mas morreria poucos dias depois dormindo ao lado da minha mãe. Felizmente não soube que fizeram de tudo para impedir que fosse sepultado em terras brasileiras, mas acabaram permitindo que descansasse eternamente na terra que tanto amava!

- Quando Jango voltou, ele também veio?
- Não. Ele cumpriu uma verdadeira maratona aérea, ganhando tempo para que a crise política fosse contornada. De Paris foi a Nova York, de onde seguiu para Miami, Cidade do Panamá, Buenos Aires e Montevidéu, onde se encontrou com Tancredo Neves que lhe explicou o modelo parlamentarista como sendo a única alternativa para a crise alimentada pelos militares. No dia primeiro de abril, embarcou em um avião da Varig com destino a Porto Alegre enquanto que no dia seguinte o Congresso Nacional aprovava a Emenda Constitucional, criando o sistema parlamentarista. Mais uma vez a Constituição tinha como destino a lixeira da história e assim meu pai continuou presidente, mas com os poderes reduzidos. Sem dúvida foi um golpe militar maquiado.

- Afinal, ele pôde desembarcar em Brasília?
- Não foi tão fácil assim, não. Oficiais da Força Aérea insatisfeitos com a sua volta montaram a Operação Mosquito, cujo objetivo era interceptar e até derrubar o avião em que ele viajaria. Coube ao então general Ernesto Geisel abortar essa sinistra operação, que manteve retido durante muitas horas o vôo da Varig de Porto Alegre para Brasília. Vale acrescentar, porém, que quando desembarcou de noite em Brasília, estava esperando o general Ernesto Geisel. Mas ele não tomou posse logo, então preferiu nos esperar para assistir a solenidade e, só dois dias depois, prestou julgamento como presidente da República aos 42 anos de idade.

- A partir desse momento que começou o calvário, que foi até o dia 31 de março de 1964...
- Cada vez mais eu me convenço de que seu calvário começou mesmo foi com a morte do Getúlio Vargas. Lembro-me de que um dia meu pai foi conversar com o presidente e ele contou na véspera da madrugada que Getúlio se matou. Entregou ao meu pai uma carta lacrada dizendo o seguinte: “Toma Jango, guarda contigo para ler em casa. Vai hoje mesmo para o Rio Grande...”. Obediente e leal, ele fez como o velho amigo pediu. Só em Porto Alegre abriu o envelope, que continha como uma cópia da Carta-Testamento. Poucas horas depois, tinha conhecimento da tragédia que marcou a história brasileira.

- Como foi isso?
- No dia 19 de abril de 1949, Getúlio Vargas comemorou seu aniversário na Fazenda São Vicente, da minha família, e todos almoçavam quando, de repente, meu pai anunciou que iria falar. Subiu em uma árvore e lançou sua candidatura vitoriosa.


- Por que tanto empenho em resgatar a memória política de Jango?
- Por causa de uma constatação óbvia: a história sempre é feita pelos vitoriosos, pois eles dão uma versão que acaba prevalecendo como verdade absoluta, com um agravante no pós-64 em que os meios de comunicação estiveram entre a cruz e a baioneta, praticamente tutelados pelos generais depois da edição do AI-5. Durante quase 20 anos eles varreram da história os líderes civis de antes do golpe, que só a partir de 1985 passou a ter espaço na mídia. Durante muitos anos foram ignorados e desconhecidos pelas gerações que surgiram. No caso do meu pai, a situação é mais dramática porque ele não teve a oportunidade que os outros alcançaram, de retomar o espaço político que lhe foi violentamente tomado. Vejo muitas rasuras em sua biografia, feitas seguramente pelos adversários políticos, e eu considero um dever, que assumo prazerosamente, restabelecer para a história toda a verdade. Quero mostrar para as novas e futuras gerações quem foi João Goulart.

- Como o senhor João Goulart seria hoje?
- Um homem de visão, coisa que não vejo ser reconhecido. Insistem em apresentá-lo injustamente como um inconsequente que quase levou o país para uma guerra civil, hesitante entre a esquerda e a direita, mas não é nada disso. Era um homem de grande visão.

- Cite um exemplo.
- Hoje o mundo está com os olhos voltados para a China, que emerge como uma grande potência mundial. Meu pai se encontrava exatamente na China quando foi surpreendido com a renúncia de Jânio.

- Como foi o reencontro com o seu pai?
- Nós éramos piás e então surgiu meu pai, muito emocionado, comentando: “Como eles cresceram!”. Como se tivéssemos passado um ano longe dele. Ficou poucas horas com a gente porque teria que voltar a Paris, onde daria uma entrevista à imprensa na embaixada brasileira já como presidente a ser empossado.

- A senhora apurou o que ele disse de essencial na entrevista?
- Ao contrário do que diziam, meu pai era um homem muito equilibrado e de grande sensibilidade política. Posso repetir exatamente o que ele disse de mais importante em um recado a ser dado ao Brasil: “Na minha condição de brasileiro e em consideração ao cargo que ocupo, meu maior interesse é que o país se mantenha dentro da ordem legal. Esta é a única solução compatível com as profundas tradições democráticas e aspirações do país na senda indispensável para seu progresso e a condição essencial da sua soberania”.

- O que mais?
- Em poucas palavras ele disse tudo, finalizando depois: “Só se poderá estabelecer um novo governo com a colaboração de todas as forças responsáveis do país”.

- Carlos Lacerda e João Goulart não eram muito amigos?
- Sem dúvida, principalmente depois daquela do Lacerda... Como o Lacerda estava dando trabalho depois do golpe militar, o marechal Castello Branco resolveu nomeá-lo embaixador para explicar a revolução no Brasil. Iria pra Europa e Estados Unidos.  A primeira escala foi em Paris onde ele desembarcou certamente sob o efeito do jet lag. Láa mesmo em Orly daria entrevista coletiva e um repórter francês do “Le Figaro” fez a primeira pergunta: “Como o senhor explica uma revolução sem sangue?”. Mesmo assim, Lacerda, com seu temperamento mercurial, respondeu na bucha: “É porque revolução no Brasil é como casamento na Franca: não tem sangue!”. Imagine o caso diplomático que causou!

- Depois de voltar ao Brasil, o que o presidente encontrou?
- Ele cumpriu uma verdadeira maratona aérea, ganhando tempo para que a crise política fosse contornada. Depois de Paris foi para Nova York, de onde seguiu para Miami, Cidade do Panamá, Buenos Aires e Montevidéu.

- E sobre o parlamentarismo?
- Aquilo foi uma opereta, pois reduziu os poderes do presidente da República e ainda determinou a descompatibilização de todo o gabinete, o que não existe em um governo parlamentarista. O Tancredo Neves, que foi o primeiro-ministro, teve que se descompatibilizar e o país praticamente ficou sem comamdo porque depois que Tancredo assumiu, Brochado da Rocha tinha tudo para dar errado, até o país decidir, através de um plebiscito, a volta do presidencialismo.

- Uma pergunta que tem de ser explicada: em plena Guerra Fria, a aproximação de Jango com Mao e Kruschev não incomodou John Kennedy?
- Claro que sim. Incomodou muito, diante do cenário complicado que havia, principalmente porque no Nordeste, o Francisco Julião abriria uma frente de luta contra o que acusava de latifúndio e exploração através das Ligas Camponesas, pregando a conquista das terras por bem ou por mal. Ocorreram choques e João Pedro Teixeira, presidente da Liga Camponesa de Sape, foi morto na Paraíba. Ao mesmo tempo em que o governador Leonel Brizola encampava no Rio Grande do Sul, com a International Telephone and Telegraph, os americanos não entendiam o que estava acontecendo porque Brizola era cunhado do presidente da República.

- E sobre John Kennedy?
- Pressionado pelo Congresso e pela mídia americana, declarou naquela ocasião que os Estados Unidos não podiam ficar contra toda a nação brasileira por causa do gesto isolado de um governador estadual que, segundo ele, “não tem sido amigo nosso”, deixou bem claro. John Kennedy anunciou naquela ocasião que o meu pai iria para Washington conversar com ele.

- Foi logo?
- Sim, no dia três de abril os dois se encontraram com Kennedy o esperando na escada do avião, o que demonstrava a importância que ele dava para um entendimento com o Brasil. Ele falou no Congresso americano, reafirmando na ocasião o propósito do Brasil manter sua linha de integração do continente, sem passar de nenhum bloco político-militar, além de conceder uma entrevista coletiva no National Press Club e depois ir para Nova York, onde desfilou em carro aberto pela Broadway com direito a chuva de papéis picados caindo dos edifícios. Conversaram com Nelson Rockefeller, Adlai Stevenson e U Thant, o secretário geral da ONU.

- Tem uma pergunta que não quer calar: Jango e Brizola se afastaram até mesmo no exílio?
- Meu pai não era um homem rancoroso, pelo contrário, pois concordou em receber Carlos Lacerda, seu algoz civil em 1964, quando ele tentava formar a Frente Ampla. Houve até um reencontro em 1976, em uma bela tarde, quando o porteiro eletrônico e a tia Neuza, sua irmã, foi visitá-lo, logo perguntando: “Escuta, Neuza, onde está o teu marido?”. Ela lhe disse que ele estava no escritório e sugeriu que fosse lá. Meu pai foi e bateu na porta. O resto, quem contou em depoimento foi o próprio Brizola: “Quando bateram na porta, senti que o Jango. Meu gesto foi instintivo e rápido. Abri a porta e realmente ele estava ali, olhando-me fixamente. Não hesitamos e ficamos abraçados por algum tempo. Choramos”. Jango falou no encontro: “Brizola, preciso te dizer algumas coisas, resolvi tomar umas atitudes para terminar esse exílio, tenho pensado nos acontecimentos e confesso, reconheço minha culpa”. Dias depois Jango morreu.

sábado, 23 de março de 2013

Posse de Manoel Dias lota auditório do Ministério do Trabalho

O auditório do Ministério do Trabalho ficou pequeno diante do grande número de pessoas presentes à solenidade de transmissão de cargo para o novo ministro do Trabalho, Manoel Dias, na presença, entre outros, do líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz, do líder do PDT na Câmara, André Figueiredo – deputados federais do partido, vereadores, prefeitos e dirigentes do PDT de todo o país, além do ministro da Previdência, Garibaldi Alves e funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego.
A cerimônia começou com o Hino Nacional, seguida da formação da mesa – Manoel Dias, Acir Gurgacz, André Figueiredo e, representando Santa Catarina, o ex-governador Luiz Henrique, Senador pelo PMDB. Também fez parte da mesa o atual secretário-geral do Ministério do Trabalho, Marcelo Aguiar, que representou o ministro Brizola Neto que não pode comparecer e designou Marcelo para representá-lo.
Logo em seguida, foi apresentado um vídeo sobre a trajetória política de Manoel Dias, desde os tempos de vereador, quando foi cassado em 1964; passando por sua eleição para deputado estadual, quando foi novamente cassado e teve os seus direitos políticos suspensos por oito anos; relatando em seguida a sua participação na formação do PTB, primeiro, e depois do PDT, sempre ao ao lado de Brizola e chegando aos dias de hoje, como presidente nacional da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini e Secretário Geral do PDT – sendo respeitado em todo o país.
O primeiro orador foi Marcelo Aguiar, que leu discurso escrito prestando contas da gestão de Brizola Neto e cumprimentando o novo ministro que assume. Depois falou o deputado André Figueiredo, em nome da bancada, falando da importância do ministério para o PDT,  “o Ministério do Trabalho hoje é do trabalhismo”, seguido do senador Acir Gurgacz , que parabenizou Manoel Dias pela nova tarefa partidária em substituição a Brizola Neto, a quem também elogiou pelo desempenho no cargo.
Por último falou Manoel Dias, Ele discorreu sobre o seu dia-a-dia na construção do partido, na preparação de quadros, sobre o que pretende fazer à frente do ministério, sobre a perseguição que sofreu depois da  sua cassação em 64, falou da prisão e, principalmente,  quais são os seus planos à frente do ministério. Em seguida, deu uma entrevista coletiva aos jornalistas presentes na posse.

Manoel Dias vai defender gestão de Lupi

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013